Esta é uma foto que já foi publicada aqui no Album Jotabeniano. Mostra Gazzaneo e Monica Horta no departamento de Fotografia: Rogério Reis à esquerda, Mônica, Gazza, Rubem Barbosa e Geraldo Viola. A cara de Gazzaneo é de tédio, mas fique certo que ele estava se divertindo. Era só pose.
Lembro quando conheci Luiz Mário Gazzaneo. Era 1976, eu era recém chegada à editoria de Esportes do JB e Gazza era sub-editor da Internacional. Uma editoria ficava ao lado da outra em salas separadas por uma parede que tinha vidro de fora a fora. Desse modo o povo da Internacional via o que o Esporte estava fazendo e vice-versa. Eu ficava impressionada com as discussões dos redatores da Inter. Gazzaneo liderava nos apartes, nas defesas e acusações, de acordo com o ponto de vista, e sem sair do tema da hora. Parecia sempre que ia rolar a maior brigalhada na Internacional. Mas era só teatro. O povo falava alto (bem, o Gazza falava alto), às vezes gritava mesmo, mas no fundo estavam apenas conversando. Coisa de italiano, como o Gazza.
Essa mesma paixão pela discussão ele levou para a reportagem geral, quando chefiou o reportariado, eu inclusive, angariando a admiração de todos pelas suas atitudes firmes e coerentes e pelo seu bom coração. Como bom comunista, Gazzaneo adorava insuflar o proletariado, nós os repórteres.
